domingo, 20 de fevereiro de 2011

Composto sintético previne crises de dor na anemia falciforme

Foto: Phil Jones/GHSU
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Da esquerda para a direira: Dr. Diana R. Gutsaeva, C. Alvin Head, Tohru Ikuta e James B. Parkerson

Aptâmero combate a adesão celular impedindo que glóbulos vermelhos em forma de foice se acumulem nos vasos sanguíneos pequenos

Composto sintético impede o congestionamento de tráfego de células que provoca crises de dor debilitante e mortalidade associada à anemia falciforme, de acordo com pesquisadores do Medical College of Georgia, nos Estados Unidos.
O aptâmero, desenvolvido pela Archemix Corporation, nos Estados Unidos, trabalha ocupando os receptores pegajosos que revestem as paredes dos vasos sanguíneos pequenos, onde os glóbulos vermelhos no formato de foice e os glóbulos brancos podem se acumular. O engarrafamento de células obstrui o fluxo de sangue e de oxigênio, causando dor e dano aos órgãos, e, eventualmente, a morte.
Funcional
Em ratos com doença, a administração do aptâmero antes de uma crise de dor reduziu a adesão de hemácias falciformes em 90% e dos glóbulos brancos em 80%. Os animais também tiveram aumento da velocidade do fluxo sanguíneo e redução da mortalidade.
Pesquisadores defendem que o composto pode agora avançar para testes clínicos com potencial para tratar uma crise de dor aguda, tratada hoje em dia com drogas. A atual forma do aptâmero é líquida e ele foi administrado por via intravenosa ou injetada sob a pele.
O novo aptâmero tem como alvo os receptores P-selectina, que são altamente expressos em pacientes com anemia falciforme.
"O aptâmero bloqueia os receptores para que eles não funcionem", disse o coautor do estudo, Tohru Ikuta. "Não há quase nenhum bom composto que inibe a adesão celular e muitos são tóxicos. Pelo menos nos estudos animais, o novo composto não é tóxico e não provoca uma resposta imune."
"Muitas pessoas estão se concentrando no desenvolvimento de novas terapias para a doença falciforme, porque nos dias de hoje só há uma escolha aprovada pela FDA (hidroxiureia, um agente quimioterapêutico)", explicou a autora do estudo, Diana R. Gutsaeva. "Nós acreditamos que este aptâmero tem potencial para ser uma das novas terapias."
Fonte: Isaude.net